terça-feira, 29 de março de 2011

Arthur Rimbaud, Minha boêmia, (fantasia); BH, 0290302011.

Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa, eu fui teu súdito leal,
Puxa vida! a sonhar amores destemidos!

O meu único par de calças tinha furos.
 - Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
 - Os meus astros no céu rangem frêmitos puros.

Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti qual vinho
O orvalho a rorejar-me a fronte em comoção:

Onde rimando em meio a imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário