terça-feira, 29 de março de 2011

Arthur Rimbaud, Os lábios cerrados. Visto de Roma*; BH, 0290302011.

Existe em Roma, na Sistina,
Cheia de signos de evangelhos,
Caixa forrada à percalina
Contendo só narizes velhos:

Os de tebáidicos ascetas;
De cônegos do Santo Graal,
Em que se espelham noites quietas
E o cantochão mais sepulcral.

Nessa secura sorumbática,
Para avivar-lhes sempre a fé,
Dão-lhe a imundície cismática
Que reduziram a rapé.

*Leon Dierx (A.R.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário