domingo, 27 de março de 2011

Victor Hugo, Pôr-do-Sol; BH, 0270302011.

À tarde, o sol se pôs, envolto em nuvens negras:
Amanhã, a procela, a tarde e a escuridão,
Depois, a aurora e seus clarões esmaecidos;
Passos do tempo, o dia e a noite lá se vão.

Os dias passarão, em chusma atravessando
Os rios cor de prata, os mares desmedidos,
Encostas da montanha e selvas que parecem
Cantar o cantochão dos morros mais queridos.

E a face do oceano e a fronte das montanhas,
Rugosas, perenais, e o bosque a verdejar
Sempre remoçarão; o rio das campinas
Tira sempre do monte a água que dá ao mar

A cabeça, porém, curvando sempre mais,
Eu caminho, transido, à luz do sol brilhante
Em breve, me apartando a festa deixarei,
Sem fazer falta ao mundo, imenso e radiante

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