quarta-feira, 18 de maio de 2011

Tito Júlio Fedro, As Rãs Pedem Um Rei; BH, 0180502011.

Quando Atenas florescia sob leis equitativas, uma liberdade
Desatinada penetrou na cidade e assim a libertinagem rompeu os
Grilhões tradicionais.
Então, por revolta de seguimentos facciosos, Pisistrato apodera-se
Da cidadela como tirano.
Os Atenienses lamentam aquela tétrica servidão não tanto pela
Crueldade e, sim, porque todo gravame fica insuportável, quando
Não se está acostumado àquilo.
Em razão disso Esopo narrou a seguinte fábula.
As rãs que vagueavam em paúis, sem fronteira, pediram, com
Intenso clamor, a Júpiter um rei que, com força, reprimisse
Os costumes dissolutos.
O pai dos deuses riu e deu-lhes um pedaço de pau que, arremessado,
De improviso, na água, espantou a rãs medrosas com movimento e ruído.
Elas ficaram, por bom tempo, submersas no limo.
Casualmente, uma, em silêncio, eleva a cabeça sobre a superfície do lago.
Examina, com cuidado, o rei e convoca as demais.
Aquelas, já afastado todo o receio, nadam na direção do desafio.
Então o bando, com atrevimento, pula sobre o lenho que ficou cobertos de insultos.
Enviaram postulantes até Júpiter a fim de pedir outro rei, pois o que lhes
Fora concedido era incompetente.
Ele lhes enviou uma hidra que, com dentes cruéis, começou a pilhar uma a uma.
As indefesas rãs tentavam escapulir, em vão, da morte.
O medo lhes embarga a voz e, furtivamente, suplicam a Mercúrio para mediar
Socorro junto a Júpiter.
O deus do trovão replica:
"Já que não tolerastes o vosso bem, aguentai, agora, até o fim o mal "
Vós também, ó cidadãos, diz (Esopo):
"Suportai o mal de agora para que não sobrevenha outro pior."

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