domingo, 26 de junho de 2011

Estou aqui postado diante de ti; RJ, 0140501997; Publicado: BH, 0260602011.

Estou aqui postado diante de ti;
Rastejei igual a uma serpente, o
Mais vil dos répteis;
Comi as sobras que os porcos,
Não tiveram mais vontade de comer;
Convivi com ratos de verdade,
Em verdadeiras tocas e esconderijos,
Cheios de lacraias e escorpiões;
Meu espírito quebrantado,
Coração dilacerado,
Alma afundada em dúvidas,
Por dívidas impagáveis
E sem dádivas que nunca recebi;
O teu olho passou por mim,
Atravessou-me em cheio o peito,
Fiquei traspassado por teu olhar,
Como se ele fosse uma lança em brasa,
Fulminou-me de vez;
Olhar mais cortante,
Do que o fio de navalha;
Não adiantou toda a negação,
De todo o complexo do meu eu,
Em virtude do teu eu;
Pois tu me transformastes em cinzas,
Sem observar que meu ser padecia
E que só uma migalha do teu amor,
Só um reflexo do teu olhar,
Uma molécula da tua saliva,
Bastaria para ressuscitar-me;
E tu nada e nem sombras;
Voastes pássaro fora da gaiola,
Gaivota pulsante e livre,
Que nenhuma corrente de coração,
Prendeu até os dias de hoje;
Porém cujo coração,
Usou e destruiu tantos corações,
A matá-los sem percepção para o amor,
Inclusive o meu.

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