terça-feira, 21 de junho de 2011

No silêncio da noite sem luar; RJ, 0140501997; Publicado,: BH, 0210602011.

No silêncio da noite sem luar,
Sem cometas errantes,
Sem cães a ladrar,
Lobisomens dançam iluminados,
Por luzes de vaga-lumes vagabundos,
Que não querem dormir em suas tocas,
Não procuram as árvores prediletas,
Para descansar as asas ligeiras
E a luz da lanterninha traseira;
O céu é um manto de breu,
Berço ideal para um festim;
As mariposas lascivas buscam luxúrias,
Com pirilampos malandros
E pernilongos sedentos;
A orquestra de sapos,
Coaxa no brejo;
As rãs pulam com suas pernas métricas,
Línguas elásticas caçam;
A coreografia está formada,
À beira da lagoa;
No matagal só vultos de coatis,
Corujas e teiús e outros lagartos;
São bichos noturnos,
Morcegos épicos e gladiadores,
Em voos camicazes contra a escuridão;
Um verdadeira noite de assombração;
É assim no mato e na roça,
É assim no sertão e na fazenda;
Quando de repente, rasga-se o véu,
E pouco a pouco chega o cor de rosa;
E a noite que foi toda possuída,
Emprenhada e grávida,
Dá a luz a um dia,
Um filho novo;
Seres estranhos correm e voam,
Em todas as direções,
Antes que um raio desse sol novo,
Encontre seus corpos sensíveis,
À claridade desse dia nascente,
Desse dia criança.

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