segunda-feira, 25 de julho de 2011

Elegia do beija-flor sem asas; RJ, 0270301999; Publicado: BH, 0250702011.

Elegia do beija-flor sem asas,
Sem corpo e sem bico;
E as duas coisas que,
Mais adora fazer,
Que são: voar e beijar-flores,
Não poderá desejar;
Quem cortou-lhe as asas?
Quem quebrou-lhe o bico?
Pobre beija-flor sem pássaro,
Sem definição exata,
Sem de que ser chamado,
Beija-flor sem ser;
Não para mais no ar,
Não pousa mais nos galhos de flores;
Procura a morte e não a encontra;
Procura o abismo a todo instante;
Beija-flor, beija-flor,
Sem asas, sem bico, sem corpo;
Não pode sorver o néctar das flores,
Não pode sugar o mel,
Que fica nas pétalas ao entardecer;
É só um beija-flor triste,
No final de uma elegia,
De tristeza e dor;
É o final da natureza,
O fim da vida,
O fim do amor.

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