quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por fora todo mundo pode ver; BH, 050701999; Publicado: BH, 0280702011.

Por fora todo mundo pode ver,
Sou grande como um elefante,
Volumoso igual a um hipopótamo,
E farto feito uma baleia,
Que até fico impedido de ser alentado;
A enorme quantidade de gordura,
Impede meu processo alentador,
E não posso me alentar naturalmente,
E nem ter alento e ânimo para a vida;
E aí não consigo alimentar meus pulmões,
Incitar a respiração aliviadora,
O respirar tranquilamente,
Sem resfolegar com a falta de ar;
E no meu alento penoso, bufo,
Meu fôlego pesado, arfo,
Parece de chumbo, ufa,
Que me falta até coragem,
Para andar nas ruas;
E pegar uma aragem;
Por fora todo mundo pode ver,
Por dentro o ar causa uma alergia,
É uma intolerância do organismo,
A aceitar alguns goles de ar,
Como a certas substâncias ou agentes físicos;
O ar é alérgico aos meus pulmões,
E não posso estar alerta,
Ter atenção dentro de mim,
Perceber atentamente o que se passa,
Ficar de sobreaviso,
Com o sinal vermelho,
Para manter-me em vigilância,
Pois apesar de ser muito grande por fora,
Sou pequeno e apertado por dentro,
Do tamanho da cabeça de um alfinete,
De um grão de areia;
Além de alisado,
Abestalhado e abobalhado,
Com as aletas atrofiadas,
As pequenas alas interrompidas,
As asas do nariz são desenvolvidas
Para o pouco oxigênio que uso,
Insuficiente, de um ar rarefeito,
Sem nenhum nutriente.

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