quarta-feira, 10 de agosto de 2011

E tenho a prova; BH, 080701999; Publicado: BH, 0100802011.

E tenho a prova,
Que consiste no fato,
De que estava contigo,
Na tua cama,
E não posso ser acusado,
De ter cometido delito;
No momento do crime,
Estava deitado a teu lado,
O lugar diverso daquele,
Em que o crime foi cometido;
Usarei toda a minha alicantina,
Toda a astúcia possível,
A manha de jogador catimbeiro;
E tenho ferramenta perfeita,
A forma capaz, tenaz,
Para endossar o álibi;
A constante de duas partes articuladas,
A cruz que serve para me agarrar,
E cortar pela raiz o mal material,
Resistente à força natural;
A força do metal,
Que um alicate comum,
Não consegue cortar,
As linhas que prendem os anzóis,
Que prendem em suas pontas,
As ingênuas alices, as anchovas vadias,
Que nadam à luz do dia,
A mostrar sua maestria,
Ao cair na folia,
A se debater, a pular fora d'água,
Como se fosse carnaval;
E tenho meu alicerce,
Sei em quem me basear,
E fundamentar-me na ocasião certa;
Sei alicerçar os pés na terra firme,
Feito as raízes de porte garboso,
Cujo tronco o vento não move.

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