quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Nada me move; RJ, 060501997; Publicado: BH, 0100802011.

Nada me move,
Sou um ser inerte,
Nenhuma chama,
Nenhuma luz ou ideal,
Totalmente sem ideia,
Nada mexe comigo;
Vivo apagado e obscuro,
De olhos fechados no escuro,
Cheio de minhocas na cabeça;
Coração de lesma,
Vida de escorpião;
Quero sair,
Deixar a luz entrar,
Fazer algo novo brilhar em mim;
E nada,
E me fecho mais,
Acorrento-me,
Prendo-me,
Às amarras e correntes,
De algemas e trancas,
De última geração;
Nada me acorda,
Durmo um sono pesado,
Em noite de chumbo,
Sem despertar,
Sem amanhecer,
Num sono de sepulcro;
Sou um autista,
Um pássaro de asas cortadas;
Um macaco sem galho
E sem rabo:
Um macaco sem floresta.

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