segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Podem cair sobre meus ombros; RJ, 0130501981; Publicado: BH, 0220802011.

Podem cair sobre meus ombros,
O céu e a terra,
O universo e o infinito inteiros,
O sol e a lua e as estrelas,
Todo o peso que existe,
Em todos os sistemas,
Mundos e constelações;
Galáxias esmaguem-me,
Igual a um rato homicida,
Uma barata de esgoto,
Uma lacraia maluca,
Um escorpião traiçoeiro;
Se desabassem sobre mim,
Todos os edifícios,
Casas e prédios,
Montanhas e morros e picos,
Cordilheiras e serras,
Seriam poucos para encobrir,
Toda a minha vergonha,
Todos os meus erros.
Podridão e feiura,
Mesquinhez e insignificância;
Seriam poucos,
Para esconder,
Todas as minhas faltas,
Defeitos, complexos e doenças,
Maldades e dogmas,
Tabus e dilemas;
Podem cair e desabar,
Que não vou sair debaixo,
Não vou correr da frente
E vou ficar a dever,
Pois sou vil e vergonhoso
E sinto nojo ao me sentir de perto.

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