quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O meu jeito é de apelintrado; BH, 0110602000; Publicado: BH, 02701002011.

O meu jeito é de apelintrado e
Tenho modos e ares de pelintra
E ninguém vai me perdoar, pelo
Jeito da maneira que sou; não
Sou apendiceado à vida, e a
Vida não tem apêndice em mim
E não consegui fazer a minha
Apendicectomia da morte e
Nem a extirpação mortal, tal o
Apêndice ileo-cecal; em mim a
Vida não é apenciciforme, e só
A morte é que é apendiculada,
Terminada no meu prolongamento
Final; a vida em mim não é
Essencial, e ao todo a que
Pertenço, e não me encontro
E nada sei juntar, nada sei
Acrescentar, nada sei apensar,
Apendicular à minha felicidade;
Sou só este apendículo de
Morte, este pequeno apendix
Sem vida, que navega cego em
Mar apenedado, cujos muitos
Penedos, vão afundar a embarcação;
Gostaria era de ser um poeta e
Que fosse levado a sério e que
Soubesse interferir na inteligência
Nacional e modificar os rumos
Da nação; porém, sou só um
Pilantra, um que ninguém dá
Ouvidos, um que ninguém ouve
A voz; e os poetas de antigamente,
Exerceram em muitas transformações.

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