sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Problema difícil de resolver; BH, 0220602000; Publicado: BH, 01401002011.

Problema difícil de resolver,
Assim que me sinto na vida;
Um inseto himenóptero áporo,
Que tem guelras pouco desenvolvidas,
O aporobrânquio articulado,
Da classe dos Aracnídeos; moluscos
Cefalópodes, uma aporrinose escandalosa,
Fluxo de catarro nasal constante,
Assim que me sinto na vida;
Uma canoa que não pode ser aportada,
Um navio sem aportamento,
Um barco que não conhece
A ação de aportar, em coração
Seguro e espirituoso;
E todo caminho aportelado,
Toda estrada que tem portela,
Transpor e aportilhar,
Para abrir portilhas ou portilhões,
Nos muros ou nas muralhas,
Nos costados dos navios piratas,
E colocá-los a pique;
O navio negreiro aportuguesado,
O escravo africano aportuguesável
À força, jamais poderemos esquecer,
Fazer a aposentação da história,
Numa espécie de aposentadoria
E de esquecimento de tudo,
Que sofreram os negros e os índios;
Não quero ser um aposentador do passado,
Criar no meu aposentamento,
Um pensamento distante da história;
Uma interrupção intencional,
No meio duma frase de vida,
Como a aposiopese ou a reticência;
E ao que faz cerrar a apetite do saber,
O aposítico do conhecimento,
Combater com a avidez do aperiente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário