quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Só mesmo a natureza; BH, 0110602000; Publicado: BH, 02701002011.

Só mesmo a natureza,
Meu bem, para me aperar;
Só mesmo a natureza, anjo,
Para ajaezar meu ser,
Adornar o meu saber;
E o que é que nós,
Só deixamos acontecer,
A não ser a destruição
E o extermínio dela;
É necessário um apertão,
Um grande aperto como
De multidão comprimida,
Para que seja impedido,
O ponto final de tudo,
Sem ponto de interrogação,
Sem ponto de exclamação,
Simplesmente o fatal ponto final;
Se fosse um cidadão aperado,
Ajaezado no meu todo,
Encilhado com esmero,
Um cavalo bem vestido para desfile
E não tivesse o medo aperaltado,
A covardia que me faz aperaltar,
Aparelhar e me ajonatar como o
Aperalvilhar dum burguês,
Um apéptico da elite,
Que sofre de apepsia incurável;
Ai, meu coração apenhascado,
A balançar sobre o penhasco;
Ai, meu ser apeninsulado,
Ilhado nas águas do meu choro;
Ai, meu grito apenhado, que
Não encontra eco nos penedos,
Nas penhas insensíveis.

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