Toda palavra que profiro,
Sofre uma anominação,
Uma alteração de palavra,
Para desvirtuar o sentido;
E próprio sou um elemento
Anomo, do grego anomos,
De composição vocabular,
Com ideia de anômalo;
Irregular, anomocarpo e
Anomocéfalo, tenho frutos
Irregulares, tenho cabeça
Irregular, tipo anoma, a
Fruta de conde, nona, a
Anonácea, espécime das
Anonáceas, família de
Plantas dicotiledôneas
Dialipétalas, a qual tem
Como tipo o fruto anonáceo;
Que desde que me tem
Por gente, sabe me anonadar,
Reduzir-me a nada, sem
Mesmo saber-me porque;
E nem ouso perguntar, não
Sou feito de trigo, bem o
Sei e tenho o umbigo por
Onde fui muito bem
Alimentado; e graças a
Deus, e não tenho a
Qualidade do que é
Anônimo; graças a
Deus, e não sou sem
Nome e a minha anonímia
Não passa dum descuido
Dum detalhe e tento enxergar
Dentro de mim, com a minha
Anoopsia; e tento enxergar
Acima de mim, com a
Anopsia; mais apoia o
Estrabismo em que o olho
Volta-se para cima, num
Ano de cegueira, privação
De vista, que completa de
Tal forma a felicidade, que
E pergunto: imagina se
E enxergasse?
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