sábado, 17 de dezembro de 2011

De mim; RJ, 050101999/BH, 0210702000; Publicado: BH, 01701202011.

De mim,
Não falta mais nada,
À minha vida
De ruim;
Tudo que tinha de acontecer,
Já me aconteceu;
Não tenho mais nada
A esperar daqui;
Milagre não vai acontecer,
O errado sou eu;
Não tenho autoridade,
Não tenho autonomia
E nem personalidade;
O culpado sou eu,
E o que dei a corda,
A pilha e o alimento;
E que aguei,
E que plantei
E sou o que vou colher;
Só que os frutos são podres,
São estragados e inúteis,
São frutos nocivos à humanidade;
Tenho até vergonha de os olhar,
Tenho até nojo de os colher;
São putrefatos e bichados;
Que mais poderia me acontecer?
As trevas são eternas,
Os abismos intransponíveis,
Os precipícios irracionais;
E já não suporto mais,
Quero sair pela porta,
Descer o degrau da degradação,
Cortar meus troncos e raízes,
Esconder-me no sótão.

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