terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Deixai vir algo; RJ, 0180301998; Publicado: BH, 02001202011.

Deixai vir algo,
Mesmo que não saibais o que é;
Deixai vir alguém,
Mesmo que não saibais quem;
Não precisa ver o rosto,
A cara ou a face,
O olho e a boca  e o nariz;
É o desconhecido,
O estranho e o estrangeiro,
É o forasteiro errante,
O caminhante do mundo,
O atlas da atualidade,
O Prometeu algemado,
A uma garrafa de cachaça,
Que o destrói o fígado,
A alma, o ser e o espírito;
Deixai vir o eremita,
O homem das cavernas,
O abominável homem da neve,
Até o monstro do lago Ness,
E todos os monstros pré-históricos,
E heróis de revistas de quadrinhos,
E heróis e vilões das histórias infantis;
Vai ser uma festa e tanto,
Com mariposas e pirilampos,
Borboletas e passarinhos,
Capetas e anjinhos,
Sacis e duendes e gnomos,
Romãozinhos e bruxas,
Santos, santas e deuses de verdade;
Uma verdadeira festa no inferno,
Com toda a burguesia e a elite,
Com toda a classe política
E os seus vis representantes,
Uma mistura concreta,
De concreto armado,
Para uma casa de pau a pique.

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