terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Paul Claudel, Poder do poeta; BH, 02001202011.

O pescador pega os peixes com o cesto profundamente submesso nas ondas,
O caçador com o laço escondido entre dois ramos pega as aves pequeninas,
E eu, diz o jardineiro, para a luz e as estrelas pegar, só preciso de um pouco
D'água - e as cerejeiras em flor e os sicômoros em fogo, só preciso do fio
D'água que desenrolo.
E eu, diz o poeta, para as ideias e as imagens pegar, só preciso do branco
Engodo de papel, em que os deuses, passando, deixarão vestígios, como as aves pela neve.
Para mover os passos da Imperatriz-do-Mar, só preciso do tapete de papel que desenrolo,
Para fazer descer o Imperador-do-Céu, só preciso de uma raio de lua, só preciso
Da escada branca de papel.

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