Tu escapaste de mim,
Não consegui te agarrar,
Pegar-te pela abertura das vestes;
Fluíste ligeira entre meus dedos,
No mais desnecessário neologismo,
No aberturar da ansiedade angustiante
Nós presos iguais abesana,
A junta de bois de carga,
O primeiro sulco que faz o arado
E que serve para orientar os demais;
Tu fugiste pelos riscos de terra,
Num bumba-meu-boi abesantado,
Ornado com besantes,
Com discos voadores,
Moedas que pagaram Judas,
Medalhas de ouro de Olimpíadas derrotadas,
Pertencentes à heráldica,
Escudos abesantados;
Guarnecidos por brasões,
Pois na hora do perigo fatal,
Gostaria de abesantar teu corpo;
Livrar dos abesardos,
Dos besouros horripilantes,
Abesentar tua alma,
Livrar dos espíritos alucinantes;
E fazer com que minha vida,
Não seja mais um abese;
E que não sinta mais este abase,
Vazio infinito no peito,
Para que o meu espírito
Fique cada vez mais abeselgado,
Desenvolto e desempenado,
Esbelto ao pensar em ti.
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