Acabaçado é o que tem,
Forma ou sabor de cabaça;
E quero nesta hora,
Acabaçar meu coração,
Para saber se ele,
Aprende a resistir,
Se aprende a sobreviver,
Pois está a morrer;
Já está acabado
E em fase terminal
E tudo que ele faz,
Acaba em fim;
Pobre de mim,
E deste velho coração acabadote,
Mais do que acabado,
Todo avelhentado;
E era um coração acaba-novenas,
Metido a valente, de
Indivíduo desordeiro,
Que fez muita mulher chorar
E muito homem correr;
Hoje está aí acabrunhado,
Abatido e sem mulher,
Enfraquecido pelo tempo,
Prostrado pelo esforço
De tanto emprego de força,
Melancólico pela falta de energia,
Envergonhado sem coragem e zelo,
Humilhado pela impotência,
Oprimido pelo poder dos outros,
Quebrado igual lança velha;
Sem lugar para se acabanar,
Não tem onde se esconder.
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