terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ainda bem; RJ, 0260501995; Publicado: BH, 0310102012.

Ainda bem,
Que mesmo míope,
Posso ver o céu,
As nuvens e o sol,
Posso ver o azul;
Ainda bem,
Que mesmo ao usar óculos,
Posso ver a lua,
As estrelas que cintilam
Soltas no firmamento;
Posso até ficar cego,
E já vi muitas coisas;
Vi a linha do horizonte,
Vi o mar,
O que mais quero?
Posso até morrer,
Morro feliz;
Vi as mulheres bonitas,
Não as tive,
Só as vi;
Não fui nem amigo,
Só expectador,
Gosto só de olhar;
Ainda bem,
Que mesmo deficiente das vistas,
Acompanhei a trajetória incerta,
Do voo certo da borboleta:
Pousou na flor,
Alimentou-se,
E seguiu adiante.

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