Não dá para ter ânimo,
Só depressão e angústia,
Ansiedade e tristeza,
Alegria, não;
Só lágrimas e choro,
Descrença e insegurança,
Fraqueza e debilidade;
Cadê o rochedo,
A fortaleza inexpugnável,
O forte redentor?
Não dá para acreditar,
Falta muita coisa no ar;
Não existe nada a se apegar;
Só o se debater,
O se afundar em depressão,
De costas para todos os lados;
Sem saber o que está a acontecer;
Cadê a explicação,
O esclarecimento contumaz?
Cadê a solução?
Os problemas estão à tona;
A verdade é lúcida,
Clara e transparente;
E a boca aberta do tubarão,
Espreita pela gente;
Se dormirmos seremos engolidos,
Por boca voraz, faminta,
Que engole inteiro
E sem mastigar;
Não dá para ter ânimo,
Só ilusão,
E como dói.
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