quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Guimarães Rosa, Tormento; BH, 0150202012.


I
A viagem dos teus cabelos -
Estes cabelos povoariam legião de poemas
E as borboletas circulam indagando tua cintura,
Incertamente.
Teu corpo em movimento
Detém uma significação de perfume.
O som de um violino conseguiria dissolver
Um copo de ouro?
II
Houve reis que construíram seus nomes milenários
E poetas que governam palácios em caminhos.
Povos.
Proêmios.
Penas.
Mas toda você, um gosto só, matar-me-ia a sede
E teus pés e rosas.
III
Às vezes – o destino não se esquece -
As grades estão abertas,
As almas estão despertas:
Às vezes,
Quando quanda,
Quando à hora,
Quando os deuses,
De repente
- Antes-
A gente
Se encontra.

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