quinta-feira, 1 de março de 2012

Alphonsus de Guimaraens, Ária ao luar; BH, 01º0302012.

O luar, sonora barcarola, 
Aroma de argental caçoula, 
Azul, azul em fora rola… 
Cauda de virgem lacrimosa, 
Sobre a montanha negras pousa, 
Da luz na quietação radiosa. 
Como lençóis claros de neve, 
Que o sol filtrando em luz esteve, 
É transparente, é branco, é leve. 
Eurritmia celestial das cores, 
Parece feito dos menores 
E mais transcendentes odores. 
Por essas noites, brancas telas, 
Cheias de esperanças de estrelas, 
O luar é o sonho das donzelas. 
Tem cabalísticos poderes 
Como os olhares das mulheres: 
Melancolia e enerva os seres. 
Afunda na água o alvo cabelo, 
E brilha logo, algente e belo, 
Em cada lago um sete-estrelo. 
Cantos de amor, salmos de prece, 
Gemidos, tudo anda por esse 
Olhar que Deus à terra desce. 
Pela sua asa, no ar revolta, 
Ao coração do amante volta 
A Alma da amada aos beijos solta. 
Rola, sonora barcarola, 
Aroma de argental caçoula, 
O luar, azul em fora, rola…











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