sábado, 10 de março de 2012

Antônio Nobre, Soneto Nº 25; BH, 0100302012.

Meu pobre amigo! Sempre silencioso!
Assim eu fui. Cismava, lia, lia...
Mudei no entanto de Filosofia,
Não creio em nada! e fui tão religioso!

Tomei parte do Exército glorioso
Que foi bater-se por Israel, um dia!
Cri no Amor, no Bem, na Virgem Maria,
Não creio em nada! tudo é mentiroso!

Não vale a pena amar e ser amado,
Nem ter filhos de um seio de mulher
Que ainda nos vem fazer mais desgraçado!

Não vale a pena um grande poeta ser,
Não vale a pena ser rei nem soldado,
E venha a Morte, quando Deus quiser!

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