quarta-feira, 4 de abril de 2012

Álvaro de Campos/Fernando Pessoa, Faróis distantes; BH,04042012.


Faróis distantes, 
De luz subitamente tão acesa, 
De noite e ausência tão rapidamente volvida, 
Na noite, no convés, que consequências aflitas! 
Mágoa última dos despedidos, 
Ficção de pensar...


Faróis distantes... 
Incerteza da vida... 
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente, 
No acaso do olhar perdido...


Faróis distantes... 
A vida de nada serve... 
Pensar na vida de nada serve... 
Pensar de pensar na vida de nada serve...


Vamos para longe e a luz que vem menos grande. 
Faróis distantes... 

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