quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mário Quintana, A sesta; BH, 050402012.

O vento cheio de ideias vâs
Põe-se a pensar em outras coisas...
O cão que ao mormaço repousa
Fareja o ar morno.
As venezianas
Listram o silêncio, enquanto em torno
O frescor das jarras e das louças
Espera... enquanto, da parede, olha-me
O gelo do relógio
E um cheiro insistente de maçãs
Convida-me
Como se eu não estivesse deliciosamente morto
E de sapatos sobre
Os arabescos da colcha.

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