quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nietzsche, O orgulho e o desgosto; BH, 0310502012.

O orgulho e o desgosto intelectual no homem que sofreu
Profundamente - a classe social já está quase determinada
Pelo grau de sofrimento que um homem pode suportar -
A horrível certeza, da qual o homem está todo impregnado
E colorido, a certeza de saber mais, graças a seu sofrimento,
Que não podem saber os mais inteligentes e os mais sábios,
De ter conhecido mundos distantes e assustadores de que
"Você não sabe nada", de ter estado uma vez aí... esse
Orgulho do sofrimento, orgulho espiritual e mudo, essa
Soberba do eleito pelo conhecimento do "iniciado", da
Vítima quase sacrificada, julga todas as formas de
Disfarce necessárias para se proteger do contato das mãos
Importunas e compassivas e em geral de tudo aquilo que
Não compartilha de seu sofrimento.
A dor profunda torna nobre; ela separa.
Uma das formas mais delicadas de disfarce é um certo
Epicurismo, um desfile de ousadia no gosto que afeta tomar
A dor sem dar-lhe importância e se defender contra toda
Tristeza e toda profundidade.
Há homens alegres que se servem da alegria porque, por
Causa dela, há quem se engane a respeito de si mesmo - e é
O que eles querem.
Há "homens científicos" que se sevem da ciência porque
Ela lhes dá um aspecto alegre e porque a ciência leva a
Concluir que eles são superficiais: - querem induzir a uma
Falsa conclusão.
Há espíritos livres e impudentes que gostariam de esconder
E negar que têm o coração partido, mas orgulhosamente
Incurável e, às vezes, a própria loucura é uma máscara que
Esconde um saber fatal e demasiado seguro.
 - Disso resulta que compete a uma humanidade delicada ter
Respeito "pela máscara" e não exercer, em locais inoportunos,
A psicologia e a curiosidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário