Estou a sofrer,
Magoado, machucado e dolorido;
Caí do vigésimo quinto andar,
Dum prédio na cidade;
Estatelei-me na calçada,
Estou todo quebrado;
Meu pensamento evaporou,
Meus membros se desprenderam;
Cada órgão de administração municipal,
Ficou com a guarda,
Dum membro meu;
Só que não fiquei nem comigo;
Corro grande perigo
De não chegar ao fim do caminho;
Minha sorte é que,
Gosto de viver perigosamente;
Minha sorte é que,
Gosto de viver e arriscar;
Se não fosse isso,
Nem sei o que já teriam feito
Dos meus pedaços quebrados
E esquecidos por aí;
Até meu tronco sumiu
E a minha cabeça dura,
Foi o que resistiu a tão grande impacto;
Não fendeu e não rachou;
Continuou a mesma cabeça,
Cheia de concreto armado
E coberta de chumbo;
Não existe o que pode me fazer,
Sentir-me inteiro de verdade.
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