segunda-feira, 30 de julho de 2012

Noturno Nº 5; BH, 090702011; Publicado: BH, 0300702012.

Excitado e com uma comichão na mente,
Um ente meu, saído de mim, eriçado,
Não sabe colocar no lugar de destaque,
A palavra certa de todas as infinitas que
A linguagem do mundo inventa a
Cada segundo; rasteja a procurar uma
Letra perdida do mais perdido dos
Idiomas, e quer comunicar-se com outros
Entes saídos doutros seres, e que
Tenham conhecimento da chave do
Pensamento; o vento traz mistérios e
Soluções, desvenda enigmas e quebra
Paradigmas, causa ilusão e muda
De lugar o cisco do quintal; o navegante,
Então, chega às estrelas; fez uma escada
De poeira e subiu degrau por degrau
Na escala sideral; e quando levitou,
Olhou e viu o aquém atrás de si;
Todos os tempos não eram mais tempos,
Os universos estavam controlados e os
Astros eram imãs catastróficos, caos
De agulhas magnetizadas, transe
De átomos prestes a serem quebrados,
Lamúrias de moléculas eternamente
Coesas então separadas e destinadas
A simples antimatérias; irmãs gêmeas
Siamesas, de repente viram-se uma
À outra de bilionésimos anos-luz
De distância; queriam um último
Abraço, um afago, um carinho e
Não podiam mais; lágrimas frias
Petrificadas eram tudo que podiam
Falar em frenesi, em clímax, em
Um gozo de jorro de energia do impacto
Deste universo com a lucidez presente
Naqueles que cultuam a loucura.

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