segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tomás Antônio Gonzaga, Lira XXIII; BH, 020702012.

Num sítio ameno
Cheio de rosas,
De brancos lírios,
Murtas viçosas;

Dos seus amores
Na companhia
Dirceu passava
Alegre o dia.

Em tom de graça
Ao terno amante
Manda Marília
Que toque e cante.

Pega na lira,
Sem que a tempere,
A voz levanta,
E as cordas fere.

C'os doces pontos
A mão atina,
E a voz iguala
A' voz divina.

Ela, que teve
De rir-se a ideia,
Nem move os olhos
De assombro cheia:

Então Cupido
Aparecendo,
À bela fala
Assim dizendo:

"Do teu amado
"A lira fias,
"Só porque dele
"Zombando rias?

"Quando num peito
"Assento faço,
"Do peito subo
"À língua, e braço".

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