terça-feira, 14 de agosto de 2012

Joachim du Bellay, Ai! Onde agora está...; BH, 0140802012.

Ai! Onde agora está meu desdém da Fortuna?
E o peito vencedor de todo contratempo,
A honesta pretensão de uma glória imortal,
A inspiração ardente ao povo não comum?

Onde o ameno prazer que, nas sombras noturnas,
Das Musas recebia, enquanto em liberdade,
Num discreto jardim tapizado de relva,
Bailavam para mim, à doce luz da lua?

Mas, agora, a Fortuna é senhora de mim,
E o coração outrora foi senhor de si,
Escravo se tornou de queixas e tormentos.

Com as gerações que vêm não tenho mais cuidado,
Aquele ardor divino eu já não tenho mais,
E esquecidas de mim, as Musas me deixaram.

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