quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Noturno Nº 30; BH, 0180702011; Publicado: BH, 0300802012.

Não corras meu filho, tens a madrugada
Toda pela frente, não perderás o noturno;
Não atropeles o tempo, não violes e
Nem sejas violado; o estupro ao poeta
É não reconhecer a obra; seviciar
Ao poeta é desprezar as criaturas,
Os filhotes, as criações; a dispensa
Está cheia, as provisões não faltarão,
E o pão nosso de cada dia, estará
Garantido à mesa do poeta;
Não corras com desespero de
Velocista, corras com a sabedoria
Dum fundista maratonista; é assim
Que deves ser, com experiência a
Vida tem mais prolongamentos e deixa
À disposição mais proventos que servirão
À nossa sobrevivência; não corras meu
Filho; queres o além, queres o infinito,
E quebrar as barreiras dos cinturões
Celestiais; as estrelas não ficam tão
Perto e a viagem poderá ser eterna,
Talvez até póstuma, mas chegaremos
Lá um dia, em tempo, nem
Atrasados e nem adiantados;
Aproveitas bem a madrugada, com
Calma e serenidade de sereno
E silêncio de orvalho a cair em
Pétalas de aveludados noturnos;
E não queiras mais do que isso, pensas
Que basta a ti o bastar da vibração
Do pensamento que te alimenta
E te dá força para seguires os
Noturnos estelares que desprendem
Das constelações e são aguardados
Meteoritos luminosos nas trevas da mente;
Não corras meu filho.

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