quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Noturno Nº 41; BH, 0210702011; Publicado: BH, 060902012.

E não quero viver, e quero é escrever,
Viver não é preciso, escrever é preciso;
Quem escreve seus males esquece, como
Quem canta, seus males espanta e
E não quero cantar, não sei cantar
E mesmo sem saber, e quero é escrever;
Quem escreve enaltece a vida, o amor,
A paz; engrandece a civilização e enriquece
A humanidade, eterniza a raça humana
E preserva a sociedade; escrever é o
Melhor passatempo; descrever, dissertar,
Com metáfora, ou sem metáfora;
Tema, estilo, lema, escrever é um
Teorema; é dilema, enigma, razão;
Sangue puro de veia azul direto no
Coração; pensamento temperado, uma
Salada de agrião, alface, chicória;
Do azeite aldeão, grosso mel de abelha
Rainha; geleia real, espesso caldo de cana
Caiana; dança tango, bolero, samba;
Escrever adulto, criança, sensação
Maior não existe tal o alívio de coração,
Depois da falta de ar; o copo d'água,
O pedaço de pão; a caneca de leite,
A alça do caixão, a mão no berço,
O bico do peito, o leite da mãe;
A seiva, a aurora, a energia da
Tecnologia, noite e dia, dia e
Noite; soluço, sorriso, solução; não,
E não quero morrer; tenho estas
Letras, faço estas palavras, sou mágico,
Inventor de açudes, de ribeiros, ribeirinhos e
Ribeirões; encho cacimbas, esvazio
Castelos, abro gaiolas, fecho prisões,
Destranco ruas, cruzo encruzilhadas
De mãos dadas com naves mães.

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