sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Pierre de Ronsard, Qual no ramo se vê; BH, 0210902012.

Qual no ramo se vê, no mês de maio, a rosa,
Em bela floração e recente frescor,
Causar inveja ao céu, por sua viva cor,
Quando, ao pranto da aurora, estremece formosa;

Repousam Graça e Amorna pétala cheirosa,
Perfumando o jardim e as plantas ao redor;
Mas, vítima da chuva ou de excessivo ardor,
A se despetalar, fenece a flor mimosa.

Assim, quando floria a tua formosura,
Honrando a terra e o céu tua gentil figura,
Em cinzas se tornou a Parca rigorosa.

Como exéquias recebe o meu pranto e gemido,
Esta jarra de leite, este cesto florido:
O seu corpo há de ser, vivo ou morto, uma rosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário