domingo, 21 de outubro de 2012

Mário Quintana, A Canção; BH, 02101002012.

Era a flor da morte
E era uma canção...

Tão linda que só poderia ler dançando

E que nada dizia
Em sua graça ingênua
Dos subterrâneos êxtases e horrores em que
[Estavam mergulhadas as suas raízes...

Mas estava fragilmente pintada sobre o véu do
[Silêncio

Onde a morta jazia com os seus cabelos esparsos
Com os seus dedos sem aneis
Com os seus lábios imóveis imóveis

E que talvez houvessem desaprendido para sempre
Até as sílabas com que outrora pronunciavam
[Meu nome...
Onde a morta jazia, na sua misteriosa ingratidão!

Era uma pobre canção,
Ingênua e frágil,
Que nada dizia...

Nenhum comentário:

Postar um comentário