segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Street Shopping Planalto, 5; BH, 0200802011; Publicado: BH, 01º01002012.

Ouviste os sons dos caramujos, ouças para
Sentires os teus próprios sons; as lesmas
Fazem ruídos e as células cantam
Em serenatas; todos os seres pulsam
E reverberam-se em sintonias
Inexplicáveis, em poderes e em
Harmonias com outros; mas se não
Quiseres ouvir, ouças os teus sussurros,
Os teus murmúrios de fonte de
Encosta; de regato que desce da
Vereda; de cachoeira que dorme
E faz sonhar quem a admira;
Em minha vida teve um riacho,
Teve gameleira, cajueiro, imbuzeiro
E jaqueira; teve tantas riquezas em minha
Vida, que se as contasse, contaria
E contaria e jamais chegaria ao fim;
E mata? também teve mata, esta
Vida de mateiro matuto, vida besta
De quem gosta, de quem sabe e de
Quem quer a natureza que cerca
O universo; ouviste os sons do amanhecer?
São tantos silêncios, tantos ecos de reais
Equalizações, que não querem ter fim;
Ouviste as orações das almas escravas,
Dos espíritos cativos? todos oram
Em silêncio, em comunhão com
Os deuses que descem dos
Montes para os escutarem; é um
Coro só a dar graças, a dar
Glórias e a abrir barreiras e clareiras
À luz do dia, com todos os seus
Sinais de vida, todas as suas resistências,
Para não serem decepadas nos paredões
Das chapadas das terras santas.

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