sábado, 26 de outubro de 2013

André Luiz Pinto, Terno.

Certa como a manhã que nasce
é a juventude que morre.
São horas frias e sombrias
entre alfaces e orquídeas
meandros de luz e um certo largo
de favela que espraia no morro
alto e incólume; este lupanar
que desde menino visito
nos sonhos, sob altas horas
este remédio que me visita aos domingos
mas não me corrige a gota.
Os pés inchados, a violência dos morros
minha vida já teve um destino maior
e as certezas eram quase unânimes
mas agora com a mentira estampada nos jornais
com o aumento do preço do cala-boca
a culpa é de todos, o vazio atravessa o quarto
às vezes pode ser um crime, mas me serve o terno novo.

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