sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Aos meus amigos e desiludido confesso; BH, 02801202013; Publicado: BH, 0140202014.

Aos meus amigos e desiludido confesso,
Perseguir obras-primas, caçar obras de
Arte, não é tarefa fácil, para um vil
Mortal; meus amigos, me lancei nesta
Empreitada, sem estar preparado,
Devidamente estudado; e deu no que
Deu: só nunca deu numa obra de arte
E nem nunca deu numa obra-prima; mas,
De teimosia, aí deixo uma literatura,
Que se não encantar, pelo menos a mim
Serviu para preencher o meu tempo
Ocioso; meus amigos, não sei o que
Leva-me a pensar que faço algum tipo
De literatura; não será acadêmica, não
Será classificada, não será definida,
Mas me agradará em vida e talvez,
Postumamente, o que não poderei
Confirmar; e possivelmente, sem querer,
Acabei de escrever; há pessoas que
Pensam que cantam, que encantam; há
Pessoas que pensam que tocam e há
Pessoas que pensam que pensam; e
Penso que escrevo, com o mesmo
Direito das outras pessoas que pensam
Que fazem alguma coisa; mas de todas,
A arte mais difícil, foi a que escolhi,
Que é a arte de escrever; e de ainda ter
Que procurar leitor, caçar ledor à unha,
Para o que escrevi; duplamente maldita
Esta arte de perseguir obras-primas
E de caçador de obras de arte,
Pelos universos inóspitos afora.

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