sexta-feira, 11 de abril de 2014

As coisas por aqui andam como andam as coisas por aqui; BH, 02501202013; Publicado: BH, 0110402014.

As coisas por aqui andam como andam as coisas por aqui,
Se ventou,
Tudo se movimentou;
Se serenou,
Tudo ficou molhado,
Se orvalhou,
Tudo ficou coberto de orvalho;
São as coisas da natureza,
Que fazem as coisas daqui andar,
De acordo com o gosto da natureza;
Se choveu e choveu muito,
Como sempre acontece todo ano,
Os morros derretem
E matam os moradores das encostas;
E matam as famílias das colinas,
Derrubam as casas das veredas;
E é a mesma história de sofrimento,
Chororô e lamentação,
Para tudo se repetir no próximo ano;
E espírito natalino depois da festa é dor de cabeça,
Ressaca de muito vinho,
Dor de barriga depois de muita comida,
Como se nada tivesse acontecido:
As mortes nas estradas,
As brigas nas famílias que acabam com as confraternizações
E muitas vezes também dão em mortes;
E de natal mesmo pouco se fala,
E de natal mesmo pouco se ganha,
Mesmo aquele que pensa que ganhou tudo;
E depois de toda essa farra inútil e em vão,
Dia 31 é a passagem de 2013 para 2014;
E mais bebidas
E mais comidas,
Mais mortes nas estradas
E mais confusões,
Que o povo não fica nunca satisfeito
E repete tudo todo ano;
Infelizmente não é pessimismo,
É falta de consciência;
Falta de aprendizado das coisas acontecerem todos os anos da mesma forma,
E não adquirirmos experiência;
Viver é um aprendizado,
É um crescimento,
Uma evolução;
E passa pela nossa cabeça a ideia de que não queremos viver,
Não queremos aprender,
E nem queremos evoluir;
É o que deixamos transparecer com o nosso barbarismo.

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