domingo, 6 de julho de 2014

Empresarial Nicolau Jeha, 14; BH, 01201002012; Publicado: BH, 060702014.

Não tenho outra função,
A não ser funcionar,
Como um escrivão;
Quando o universo delegou-me tal tarefa,
Disse-me:
Escriba,
Relatarás a história das coisas
E tudo que eu tiver para contar;
Será através de ti que contarei as estrelas dos céus,
Os sóis de todos os sistemas solares
E os grãos da poeira que as tempestades cósmicas
Lançam nos céus dos planetas que me compõem;
Esgarranchador de manuscritos,
Todas as vezes que olhares o firmamento,
Dalgum universo,
Meu olho estará no teu
E por algum momento,
Terás também uma grandeza universal;
Um dom essencial,
Uma qualidade de imortalizar letras comuns
E palavras reles;
Universo,
Estou a teus pés,
Meu coração por um instante para ansioso,
Quer existir como um coração de verdade;
Quer destilar sangue arterial
E ser a usina de energia,
Que alimenta as estações da cidade;
Universo,
Disponha-te deste servo,
Canaliza em mim as tuas mensagens,
Manda das estrelas mais distantes,
Os tesouros que engrandecerão a humanidade;
Não tenho um nome,
Universo,
Podes chama-me de teu filho,
Que quer herdar de ti,
As heranças escondidas nos teus confins;
Ai de mim,
Não mereço tanta luz,
Tanta energia,
Tanta sabedoria;
Mas sejam bem-vindos em mim o teu saber,
Os teus segredos,
Os teus mistérios;
As tuas forças revigoram-me
E sinto destilar nas veias o meu sangue,
O que não sentia antes;
Sinto pulsar o coração
E a pressão do cérebro dentro do crânio,
A querer explodi-lo em busca de liberdade.

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