quarta-feira, 23 de julho de 2014

Empresarial Nicolau Jeha, 26; BH, 01601002012; Publicado: BH, 0230702014.

Que tens tu? estás inquieto?
É que não gosto de passar um segundo sem escrever;
Escrever para que,
Irrequieto,
Num país que não lê?
Numa nação que não é chegada às letras e às palavras?
É que é a minha vida,
Meu sonho de menino,
De adolescente e agora de velho;
E para escreveres a quem despreza aos livros,
À literatura e ao literato,
Como pensas em te destacar?
Não quero destaque,
Quero ficar quieto,
Desafogar e serenar;
Aí perdes o tempo,
Ninguém nunca irá ler o que escreves
E quando morreres,
Toda essa papelada, ou
Vai à lata de lixo, ou à fogueira;
Bem o sei e dói-me,
Mas não há outro jeito,
Não pertenço à burguesia,
Não sou membro da elite;
Pelo contrário,
Sou filho bastardo delas,
O rejeitado e inda as combato;
Aí é que serás destruído mesmo,
Lutar contra a burguesia,
Querer destruir a elite?
São sociedades de mercenários,
São escórias,
Piores tipos de seres e de gentes
E todo o desprezo é pouco;
Até pensei em passar as vistas,
Por algumas páginas tuas;
Depois do que ouvi,
Não quero nem tomar conhecimento;
És produto do meio,
Burguês elitizado;
E uma literatura reles,
De homem do povo,
Não é para te deixar interessado;
Em combate à burguesia e à elite,
Até Jesus Cristo foi crucificado.

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