sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 57; BH, 040902012; Publicado BH, 01901202014.

Não líamos, não lemos e não vamos ler nunca,
Não somos chegados à leitura, aos livros,
Às letras, às palavras, aos verbos, à gramática;
Somos uns assassinos da arte literária,
Matamos as obras-primas, os romances e
As obras de arte; não preservamos a cultura,
Ou a educação, o ensino, ou o erudito;
É uma pena desprezarmos assim a
Poesia, não fazermos questão da escrita,
De falarmos bem o idioma; é horrível
Quando assassinamos a língua pátria
E não nos envergonhamos; e isso faz
Com que nos perpetuemos nos erros e no
Falar inconvenientemente; meus pais queriam
A minha perfeição, o que era impossível;
Minha mãe na matemática e o meu
Pai no português e no inglês, não me
Davam trégua, o que me faziam até não
Compreendê-los; e percebo que estavam
Com a razão, se não passamos a coisa certa
Aos nossos filhos, eles passaram aos deles,
Que persistirão nos mesmos defeitos; e me
Chega a notícia, que a Biblioteca Nacional
Está cheia de infiltrações, ratos, baratas,
Cupins, traça; percebo que no Brasil é uma
Causa perdida guardar os livros;
Preferimos perpetuar no poder, um pária,
Que nos sai tão caro, igual ao José Sarney, do
Que proteger uma biblioteca; preferimos
Manter um congresso de parasitas, que
Custa-nos os olhos da cara e um
Judiciário luxuoso, mas inútil, que não
Tem eficiência para nós e abandonamos
Os livros; realmente somos um povo
Inusitado, conservamos políticos inescrupulosos
E destruímos a nossa valorosa cultura.

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