quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Quantos olhos nos espreitam do alto; BH, 02501202012; Publicado: BH, 01902015.

Quantos olhos nos espreitam do alto 
Destes firmamentos universais? quantas 
Faces nos aguardam nessas estruturas, 
Com seus rostos virados para nós? uns, 
Penso que choram por nós, sabem dos 
Nossos sofrimentos, de nossa mesquinhez
E pequenez; e creio que, a maioria, deve
Lembrar da ignorância que representamos
E da estupidez que somos; são muitas as
Caras, as caretas voltadas para nós, nos
Espiam das cumeeiras altas, nos conhecem
Muito bem, mais do que nós mesmo nos
Conhecemos; e fingimos conhecer e saber
De muitas coisas e não sabemos e nem
Conhecemos nada; de todos os semblantes,
Os nossos são os que menos brilham, são os
Mais semelhantes a parvos e a pacóvios; os
Que nos observam lá de cima, são de teores
Das estrelas, por isso são de autoridades ao
Nosso respeito; e conhecem tudo que se
Passa conosco e nos assistem como se
Assistissem as porcarias das novelas das
Nossas televisões; e somos os piores atores,
Os piores vilões, protagonistas, personagens;
Acompanham nossos dramas no dia a dia e
Divertem-se com a nossa dificuldade de
Levantarmos do chão; enquanto somos feitos
De barro, de terra, de lama e até de pasta de
Sabão, são feitos de matérias-primas para
Obras-primas, que os deixam transparentes,
Invisíveis aos nossos olhos sem visão; quantos
Visionários, riem, dançam, enquanto choramos?

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