domingo, 22 de março de 2015

Madrugada; Sozinho e em apuros meu coração; Street Shopping Planalto; BH, 02901202012; Publicado: BH, 0220302015.

Sozinho e em apuros meu coração 
É só flagelo, é seca de sertão nordestino,
Em que a esperança não nasceu; os
Rebanhos que possuía, morreram de sede
E aconteceu, igualzinho à história da
Asa Branca, mas, o verde dos olhos dela,
Não se espalhou na plantação do meu
Coração; nem uma mão se fechou em
Torno dele, quanto mais duas, a protegê-lo,
Como se protege um coração enfraquecido
E vira areia quando não é tempestade
De areia; e vira água quando não
É temporal e vira vento furioso,
Quando não é vendaval; e vira
Redemoinho, quando não é furacão;
O que posso mais fazer por este coração tão
Solitário, que não tem o amparo de
Um coração solidário? abandonado pela
Sorte, adotado pelo azar, batizado
Pela morte; faltou-lhe classe ao adquirir
Musculatura e passou a bombear esta
Indefinição; e cheio de dúvida, com
Certeza, mudou-se para debaixo duma
Pedra de mala e cuia, gamela e
Alforge, embornal e capanga; e quer,
Sem competência, estrutura para tanto,
Abarcar todo o sofrimento da humanidade;
E diz que ama demais, que é amor
E quem acredita neste coração mudo?
Nem o mundo imundo do mundo cão;
E neste coração sem investimento,
Ninguém busca reunir com joelho velho.

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