terça-feira, 7 de abril de 2015

Não há mais a escrita excepcional; BH, 03101202012; Publicado: BH, 070402015.

Não há mais a escrita excepcional,
Especial, genial; a escrita é normal,
Banal, com todos os infinitos escritores,
A postarem seus teores, para a posteridade;
Aquele que pensa que faz uma escritura
Superior, merecedora de louros no
Mundo todo, é um louco; aquele
Que pensa, que só ele escreve e que,
O restante é um bando de jumentos,
É o maior comedor de capim; o mundo,
O universo, são formados de mágicos
Das letras e prestidigitadores das
Palavras e taumaturgos das literaturas;
E nas poesias, nos poemas, nas retóricas,
Nas antologias não há mais revolucionários,
Geniais; há os doidos doídos por uns
Holofotes, há os malucos, que fazem
De tudo para aparecerem em academias,
Liceus, prêmios, concursos, com seus
Textos comerciais; textos que são lidos
E nos segundos seguintes, esquecidos; a
Obra, depois que a parimos, não nos
Pertence mais; a arte, depois que a
Damos à luz, é do mundo, como o sol
E a lua; a quem pertence os cosmos,
Com as estrelas e os astros que os
Compõem? a quem pertence os
Quasares e os anos-luz? a quem
Pertence o universo? assim são as
Coisas, como a coisa mais certa que
Já foi dita: toda propriedade é um roubo.

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