terça-feira, 14 de abril de 2015

Não transbordo e fico indignado; BH, 040102013; Publicado: BH, 0140402015.

Não transbordo e fico indignado 
E rumino, manso bovino, mas de
Interior desesperado; e o que é mais
Assustador? tive infância boa, tive
Adolescência sem traumas, tive a
Vida toda e não cumpri o meu papel;
Deixei a desejar, furtei, fracassei e
Quem acreditou e confiou m mim,
Saiu decepcionado; transviado, não
Consertei o caminho, não endireitei
O rumo; complexado, não aprendi,
Nem nas escolas e nem na vida e
Nada tenho para ensinar; e na
Ansiedade, passo o tempo a procurar
Uma razão para dizer: aí estão a
Causa e o motivo, que fizeram com
Que, nada desse certo para mim;
E na angústia, prostrado, pela
Ineficiência e deprimido pela
Deficiência, à espera da morte, não
Vivo devido à imperfeição; e não
Procurei especialistas e quis me
Curar por conta própria e o preço
Da ignorância, o preço da estupidez
São os mais altos que o doente não
Curado tem que pagar; e o pior dos
Males em minha vida, lamento admitir,
Foi a religião; a religião que me
Passaram, de condenação, de culpas,
De pecados, de infernos, de céus
Inatingíveis; um enfermo para se curar
Sem condições, sofre aberrações, comete
Bizarrices, frutos duma mente bisonha.

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