quarta-feira, 1 de abril de 2015

Nunca procurei mudar e evoluir e fazer; BH, 02901202012; Publicado: BH, 01º0402015.

Nunca procurei mudar e evoluir e fazer
Acontecer; sempre conformei-me e
Aceitei a conformidade normalmente;
Se tivesse querido mudança, teria
Mudado na adolescência, na juventude
E não agora na senilidade; e aí,
Constatar a verdade, doem-me os
Complexos nos fundos dos meus baús;
Doem-me os meus ossos nas juntas e
Nos artelhos; e é isto o que repito:
Nunca quis querer poder conquistar e
Nem conquistas e nem vitórias; me
Aceitei do jeito que sou e ninguém mais,
Aceitou-me, pois viram que era um
Desvirtuado, um transviado e minha
Fuga não é nada fácil; esconder-me
Do estado e da sociedade, disfarçar-me
Da burguesia e da elite; o estado me
Oprime e não quer curar-me, quer
É sugar-me o sangue, o tutano, a
Medula, o suor, as lágrimas, o pus
Da infecção; e quer é sugar-me as
Entranhas, os organismos, os intestinos,
Tudo em mim é para o estado entranhar;
Não sou suco para ser chupado, assim,
Pelo canudinho, não sou sopa e nem
Xarope; não sou rapé e nem fumo
Para ser fumado; não sou cocaína
Para ser cheirada e nem droga de
Aplicação na veia; mas, parecem que
Querem de qualquer maneira, que eu
Passe pelos intestinos e sistemas deles.

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