terça-feira, 5 de maio de 2015

Monte Simplon, 550, 1; BH, 050302012; Publicado: BH, 050502015.

Sentei ao pé da fonte, com a fronte exangue
E vieram anjos, ninfeias, ninfas, nenúfares,
Duendes, nibelungos e serviram-me maná,
Pão santo, bolo de Ló, vinho de Jesus, mel
De abelha rainha e geleia real; em toalhas
Brancas, de linhos do Egito, reproduziram
Minha face em obra surrealista; de panos
Finos fizeram-me travesseiros, almofadas,
Colchões e depositaram meu corpo
Despido; minhas lágrimas eram doces e
Suaves e línguas macias, lambiam-me os
Cantos dos olhos; e lábios sedosos
Beijavam-me os cílios, as pestanas e pelo
Por pelo das minhas sobrancelhas; dentes
Claros faziam cócegas nas minhas papilas,
Amígdalas e glândulas salivares; e o
Cabresto da minha língua riu com as
Mordiscadas macias, que, avivaram seus
Movimentos; por um momento pensei que
Estivesse no céu e que santa de verdade,
Massageava meu ego inflamado; não vi
Deus, nem de costas, Zaratustra, vi, a
Sambar, a costear o alambrado pueril,
Num brado de ápice de clímax juvenil;
Senil, peneirei minhas peregrinações pelas
Peneiras dos caminhos universais; e nas
Encruzilhadas infinitas, fiz meus despachos
Com ovelhas, novilhos, carneiros; enfim,
Fui celebrado nos altares pagãos, as
Oferendas foram aceitas e por um dia,
Deus pensou em sentir inveja de mim.

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