quinta-feira, 21 de maio de 2015

Monte Simplon, 550, 17; BH, 0300502012; Publicado BH, 0210502015.

Um passarinho pousou e 
Cantou na janela do meu quintal:
Pic, pic; abri a janela para ver, era 
Nietzsche a saldar o
Arrebol; que pássaro cheio de garbo
E é ave do paraíso, é
Canário da terra, é cardeal? 
E que canto filosófico, que
Sopro de flauta doce, que sopro 
Perfeito de trompa tão
Afinada; é Zarathustra a assobiar 
A canção preferida que o
Vento gosta de dançar; 
Vós, ó pássaros que cantais as
Canções que saltam das alturas
E que descem pelos penedos, 
A serenarem os mares mais revoltosos; ó
Nietzsche dançarino, Zarathustra 
Patinador dos gelos cinzentos, 
Bailarino irrequieto; 
Beijais as relvas verdejantes
E nas florestas das encostas que 
Margeiam as falésias,
Todos os que pisam as pedras 
Fundamentais das antigas filosofias, 
Sabem também dançar as nossas danças,
E cantar com os vossos pássaros 
Nas alvas manhãs; pic, pic, 
Faz o pássaro na vidraça 
Da janela do meu quintal
E de leve para não acordar Nietzsche, 
Abri a janela e voei com ele de volta 
À estrela brilhante mais distante.

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